A inteligência artificial (IA) está transformando rapidamente diversos setores, influenciando a maneira como trabalhamos, nos comunicamos e nos divertimos. Contudo, essa revolução tecnológica tem evidenciado uma crescente divisão socioeconômica no acesso a essas ferramentas, resultando em uma IA para os ricos e outra IA para os pobres.
Recentemente, o ChatGPT, desenvolvido pela OpenAI, lançou o ChatGPT Pro, uma versão premium que, por US$ 200 mensais, oferece acesso ilimitado aos modelos mais avançados e recursos de interação de voz sofisticados. Embora essas funcionalidades sejam atrativas, o custo elevado limita seu acesso a uma parcela restrita da população, especialmente em países onde o dólar não é a moeda principal.
Especialistas como Javier Recuenco destacam que a IA tem o potencial de automatizar tarefas rotineiras, permitindo que os indivíduos se concentrem em atividades nas quais realmente se destacam. No entanto, Alberto Romero, autor da newsletter The Algorithmic Bridge, alerta para a possibilidade de uma lacuna crescente, onde apenas aqueles que podem arcar com os custos dos modelos mais avançados terão acesso às melhores ferramentas, deixando os demais com opções inferiores ou gratuitas, porém limitadas.
Essa disparidade pode aprofundar a exclusão digital, criando um cenário em que indivíduos e empresas com acesso às IAs mais avançadas obtenham vantagens significativas em produtividade e inovação, enquanto outros ficam para trás. Uma possível solução para mitigar essa desigualdade seria a oferta de modelos gratuitos sustentados por publicidade, similar ao que ocorre com mídias tradicionais e plataformas de streaming. Embora essa abordagem possa ampliar o acesso, levanta questões sobre a experiência do usuário e a eficácia das ferramentas oferecidas.
Em resumo, a evolução da inteligência artificial está não apenas revolucionando diversos aspectos da sociedade, mas também evidenciando e potencialmente ampliando divisões socioeconômicas no acesso a tecnologias de ponta. É crucial que desenvolvedores, formuladores de políticas e a sociedade em geral considerem essas implicações para garantir que os benefícios da IA sejam distribuídos de maneira equitativa.