70% dos usuários de IA cumprimentam o ChatGPT por medo do Exterminador do Futuro

70% dos usuários de IA cumprimentam o ChatGPT e o Exterminador do Futuro pode ter algo a ver com isso

Somos educados com o ChatGPT por convicção ou por medo da IA vingativa?

A inteligência artificial está mudando nossa rotina, e chatbots como o ChatGPT se tornam cada vez mais comuns. Usamos essas ferramentas para buscar informações, produzir textos e até mesmo para entretenimento. Mas como interagimos com essas IAs? Mantemos a cortesia ou somos diretos e objetivos? Um estudo recente revelou que a maioria das pessoas adota um tom educado, mas as razões para isso são variadas.

Pesquisa revela comportamento dos usuários

Um levantamento feito em dezembro de 2024 pela Future, editora do portal TechRadar, mostrou que cerca de 70% dos usuários de IA são educados ao interagir com chatbots. Nos Estados Unidos, 67% das pessoas demonstram cortesia, enquanto no Reino Unido esse número chega a 71%. Esses dados são superiores aos de uma pesquisa realizada três meses antes, sugerindo um aumento na educação ao lidar com IAs.

Motivações distintas para a cortesia

Apesar da cortesia ser comum, os motivos por trás desse comportamento variam. Nos EUA, 82% dos entrevistados disseram que são educados por costume, afirmando que é natural dizer “por favor” e “obrigado”, independentemente de estarem conversando com uma pessoa ou com uma IA. No entanto, 18% admitiram que mantêm a cortesia por receio de uma eventual revolta das máquinas.

No Reino Unido, os números seguem a mesma tendência: 83% se consideram educados por princípios, enquanto 17% agem assim por medo de uma futura insurreição robótica. Essa preocupação pode ser influenciada por filmes como O Exterminador do Futuro, games como Mass Effect e Detroit: Become Human, ou até mesmo por pura precaução.

Ser rude é uma escolha?

Os 30% que não se preocupam com cortesia apresentam justificativas práticas. Dois terços preferem interações diretas e objetivas, enquanto um terço simplesmente não vê sentido em ser educado com um chatbot. Para esse grupo, o conteúdo da solicitação é mais importante que a forma como ela é feita.

Especialistas divergem sobre a importância da educação ao interagir com IAs. Ben Wood, analista da CCS Insight, acredita que manter a cortesia é essencial, pois a falta de respeito pode afetar relações interpessoais. A Amazon, por exemplo, adicionou um recurso em 2018 para incentivar crianças a usarem “por favor” e “obrigado” ao falar com assistentes virtuais.

AJ Ghergich, da Botify, argumenta que nosso comportamento social não distingue humanos de códigos de computador. Ele também destaca que ser educado pode melhorar o desempenho das IAs, pois ajuda a gerar respostas mais detalhadas e humanizadas.

Por outro lado, John-Anthony Disotto, editor de IA do TechRadar, se surpreende com a quantidade de pessoas educadas com chatbots. Para ele, isso reflete um “medo do desconhecido” e uma ansiedade sobre o futuro da IA, alimentada por obras como 2001: Uma Odisseia no Espaço.

Chatbots estão se tornando mais humanos?

Independente do motivo para sermos educados com a IA, é inegável que os desenvolvedores estão aprimorando essas tecnologias para torná-las mais humanizadas. Esse processo pode explicar a tendência crescente de trata-las com cortesia.

O crescimento do ChatGPT reforça essa ideia. A ferramenta da OpenAI passou de 100 milhões de usuários semanais em novembro de 2023 para 200 milhões em agosto de 2024 e atingiu 300 milhões em dezembro. Em fevereiro de 2025, ultrapassou 400 milhões de usuários semanais. Segundo Brad Lightcap, da OpenAI, esse avanço ocorre graças ao boca a boca e à crescente utilidade da ferramenta.

A discussão sobre a cortesia com a IA segue aberta. Especialistas divergem e os usuários possuem motivações diversas. Alguns veem a educação como um princípio, outros como uma estratégia e alguns apenas querem evitar problemas no futuro. De qualquer forma, a maneira como interagimos com essas tecnologias reflete nossa relação com a inovação e nossas expectativas sobre o futuro.

Fonte: IGN

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